sexta-feira, março 19, 2010

Michael Shermer e o estado final do homem - Mateus 12:45


Eu estou lendo o debate entre Greg Koukl, do Stand do Reason e Michael Shermer, da Skeptics Magazines, sobre a influência dos novos ateus na década que acabou. Sim, eu leio debates e meus favoritos são do William Lane Craig, mas também gosto muito dos do Greg (quando acho transcrição) pois ele sempre trabalha um raciocínio justo em suas respostas, abrindo mão das frases de efeito e slogans para se focar na verdade. Esse debate aconteceu no dia 31 de Dezembro de 2009, no programa de Hugh Hewitt e o nome do debate é “O fim da década dos ateus”.
Michael Shermer é ateu (apesar de as vezes se apresentar como agnóstico (talvez da escala 1 de Dawkins). Greg é um dos cristãos mais inteligentes que eu conheço.
Ambos os debatedores compartilharam uma versão resumida de suas biografias. A de Michael Shermer foi emblemática. E o pouco que ele revelou abre espaço para uma reflexão.
Shermer não cresceu em uma família religiosa, mas que também não era anti-religião. Na adolescência, quando tinha alguns amigos cristãos, acabou indo em uma igreja e “aceitou a Jesus”. Quando chegou na escola e contou com toda alegria para um de seus amigos cristãos que tinha “aceitado Jesus”, ficou decepcionado quando seu amigo ficou com raiva disso, pois esse amigo era uma Testemunha de Jeová e esperava que Shermer fosse para sua seita, não a dos evangélicos. Shermer ficou pensando “não é tudo a mesma coisa”?
Assim ele passou sua juventude, sempre cercado de cristãos por todos os lados, até chegar na faculdade. Ele pensou em estudar teologia, mas por várias questões, resolveu estudar psicologia. Foi desse momento em diante que ele pela primeira vez passou a se envolver de forma mais continua com não cristãos. E ele simplesmente abandonou a fé. Em sua curta biografia, Shermer não explica de uma forma mais completa o porque deixou de ser cristão. Simplesmente diz que deixou de ser.
O que posso aprender com isso? Duas coisas.
Primeiro, o famoso “aceitar Jesus” não é prova nenhuma de salvação. É apenas um jargão evangélico que pode fazer sentido para nós depois de algum tempo de casa, mas nada quer dizer para o novo convertido e a gente não gasta tempo explicando. Paul Washer desenvolve muito bem essa idéia em sua “mensagem chocante”. Veja o vídeo e entenda o ponto.
A segunda coisa e a que mais se pode perceber pela breve biografia de Shermer é que ele nunca foi preparado para apresentar sua fé e conviver junto aos não cristãos. Desde sua conversão, ele sempre esteja cercado por cristãos por todos os lados. Portanto, sempre esteve em um ambiente seguro, que não apresentava riscos nem necessidade de firmar suas crenças, pois elas provavelmente nunca foram desafiadas. E o resultado é o “desviado” (não que ele tenha se convertido de verdade, mas isso é outra coisa).
Eu freqüentei durante muito tempo uma igreja que era assim. Havia por parte dos líderes uma preocupação enorme de manter os jovens sempre dentro da igreja, ou em atividades da igreja ou somente saindo com os irmãos da igreja. Tinham (e ainda tem) um medo enorme que seus jovens se desviem ou se percam em contato com os não cristãos.
Interessante que esses jovens não são ensinados sobre sua fé. No máximo eles aprendem como ser um filho melhor, um aluno melhor, um funcionário melhor. Aprendem como obter o máximo de sua vida agora. Quanto as verdades das Escrituras, aquelas que realmente fazem a diferença, o aprendizado sobre uma fé madura, com evidências e fundamentos, tudo isso é ignorado. Não tem serventia no dia a dia. Desde que, é claro, nossos jovens estejam isolados e hermeticamente fechados no ambiente seguro e “estéril” da igreja. Sem perguntas. Sem respostas.
Eu me lembro de uma conversa com um querido irmão em Cristo daquela igreja sobre como um Deus amoroso permite que exista tanto sofrimento no mundo. Ele não queria falar sobre isso! Ele me disse, e aqui eu cito exatamente suas palavras “eu não quero pensar sobre isso porque se fico muito tempo pensando sobre isso, tenho medo de me desviar”. Ele estava com medo de refletir sobre um dos desafios mais comuns dos ateus mas também um dos mais fáceis de ser respondido. A filosofia moderna já abandonou esse questionamento à muito tempo. Essa é fácil! E ainda assim, para ele, representava um perigo. Como se fé fosse contrária à razão.
Mas é essa a postura que vemos na Bíblia? A igreja se fechando, fugindo do mundo, com medo de perder suas ovelhinhas? Despreparada para apresentar a verdade? Pior ainda, não aprendendo sobre o que é a verdade?
Nós somos o sal da terra (Mateus 5:13). Luz do mundo (versículo 14). Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte (versículo 14). Nem uma lâmpada acessa fica debaixo da cama (versículo 15). Mas podemos esconder um bando de jovens cristão dentro da igreja com medo que eles se percam? Ou seria melhor ensiná-los sobre a fé e treiná-los para mostrar a razão de sua salvação (1 Pedro 3:15 ). Resplandeça a vossa luz! (Mateus 5:16).
“Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas” Mateus 10:16.
A igreja aparentemente não quer ser enviada, mas quer se esconder dentro de seus templos e talvez esperar que tudo passe. Enquanto isso, o mundo vai cada dia mais propagando suas doutrinas e o cristianismo vai cada vez mais ficando marginal, perdendo a relevância.
Paulo deixou uma instrução para o jovem Timóteo que todos faríamos bem em seguir.
“Procura apresentar-te diante de Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” 2 Timóteo 2:15.
Caso sua igreja, por qualquer motivo que for, não providencie o que você precisa para estar bem preparado, para se apresentar aprovado diante de Deus, manejando bem a palavra, não fique sentado esperando. Busque. Aprenda. Estude. Você mais do que ninguém é responsável pelo seu amadurecimento espiritual.

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Nas escrituras, tirar os sapatos tem um significado muito especial. Quando Moisés teve seu primeiro confronto com Deus, Ele disse para que ele tirasse seus sapatos porque ele estava em terra santa. Jesus caminhou descalço para o Calvário. Na cultura daquele tempo, estar descalço era o sinal que você era um escravo. Um escravo não tinha direitos. Jesus nos deu o exemplo supremo de renunciar tudo por um grande objetivo.
Loren Cunningham Making Jesus Lord / Marc 8:34,35

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