sábado, setembro 18, 2010

A (quase) queima do Alcorão e o ódio às avessas


Alcorão na privada: Crime de ódio / Bíblia na privada: Arte.

Terry Jones, pastor da Dove World Outreach Center, estava planejando queimar alguns exemplares do Alcorão em frente à sua igreja, em Gainesville, Flórida. A data escolhida havia sido 11 de Setembro de 2010, aniversário de 9 anos dos atentados terroristas nos EUA.
Todos que acompanharam o caso sabem bem que todo mundo (todo mundo mesmo) foi absolutamente contra essa decisão e adjetivos pouco usados por políticos americanos (e apresentadores de televisão do Brasil) serviram para demonstrar o desprezo pelas intenções do pastor.
Interessante que quando o 11 de Setembro aconteceu (eu me lembro bem porque trabalhava no aeroporto e foi um dos dias mais difíceis da minha vida), essas mesmas palavras não foram usadas. Veja as declarações de Barack Obama, Hillary Clinton e tantos outros.
A pergunta mais importante pra mim é: por que queimar o Alcorão é errado? Existe algum problema em si em se queimar um livro? Por exemplo, o livro "Understanding Loved Boys and Boylovers” é um conhecido livro que faz apologética da pedofilia homossexual. Esse livro está sendo oferecido até no site da Amazon e o governo da California está tentando retirar esse livro de circulação e destruí-lo, porque o considera como um livro perigoso. Muita gente é a favor da destruição de um manual de pedofilia como esse. Portanto, aparentemente, não existe nada de errado em si em queimar o livro, a questão é: por que é errado queimar o Alcorão?
Algumas pessoas dizem que isso é intolerante com a religião muçulmana. Mas não seria também intolerante dizer que o pastor não deve queimar o livro? Se devemos ser tolerantes com os outros, os outros também devem ser tolerantes conosco? Se o ato de queimar o livro lança um julgamento moral sobre a validade do Islã, dizer que o pastor não deve fazê-lo também não é lançar um julgamento moral sobre a validade dos atos do pastor? Tudo parece uma grande tática do Papa-léguas*.
Mas os principais argumentos contra a queima do Alcorão se baseavam nas respostas que tal ato causaria ao redor do mundo. Todos estavam com medo das ações dos muçulmanos e de um aumento dos ataques terroristas. Mas isso é contraditório com a atual definição de islamismo feita pelo presidente Barack Obama, que diz que o islamismo é uma religião de paz. Se o islamismo é uma religião de paz, porque então eles vão atacar o mundo com tanta ferocidade por causa da ação isolada de um pastor de uma igreja tão pequena?(como a mídia vem apresentando o pastor)
Se o islamismo é uma religião de paz, o pastor Terry Jones poderia muito bem queimar quantos exemplares do Alcorão ele quisesse e a resposta do mundo islâmico seria: “oh, que pena. Pior pra ele”. Mas não é isso que vemos nessa religião. Especialmente quando se lê o seu livro sagrado.
Anderson Cooper, do AC360, entrevistou o pastor Terry e perguntou pra ele como os cristãos se sentiriam se os muçulmanos começassem a queimar a Bíblia. Essa é uma pergunta engraçada porque os muçulmanos não somente queimam a Bíblia, como também queimam os cristãos! Visite o site do Portas Abertas e veja quais nações mais perseguem os cristãos.
Na verdade, ano passado houve um grande queima de Bíblias no Afeganistão e ela foi promovida pelo Exército Americano! O exército encontrou com os os soldados americanos várias Bíblias em pashtu e dari, idiomas mais comuns no Afeganistão. Para não parecer que seus soldados estavam fazendo proselitismo, eles queimaram essas edições. Alguém viu uma resposta revoltada do mundo cristão? Bandeiras afegãs (ou americanas) foram queimadas? Multidões foram pra rua exigindo a cabeça dos generais? A queima de Bíblias mal foi noticiada pela mídia e mesmo que tivesse recebido total cobertura da imprensa, não teria recebido uma resposta diferente dos cristãos.
Queimar a Bíblia não é ruim. Queimar o Alcorão é ruim. Como mostra a charge acima, quando algo é feito contra o Alcorão, é intolerante. Quando é feito contra a Bíblia, tudo bem.
A tempo, quero dizer que eu também sou contra a queima do Alcorão. Não por causa do livro em si, mas primeiro porque eu sou contra a queima de livros em geral. Mas principalmente, porque a melhor maneira de “queimar” o Alcorão é expô-lo por aquilo que ele realmente é, através da leitura de seu texto e mostrando como ele é o fundamento de uma religião de ódio.

Ps: tenho a sensação que alguém (e eu acho que sei quem é) vai escrever um comentário dizendo que é hipocrisia falar mal do Alcorão quando o meu livro sagrado também é um livro de proclama o ódio. Vou esperar o comentário e depois eu posto um texto abordando essa questão. É sempre mais interessante assim.

*A Tática Papa-léguas tem sem nome por causa do personagem do Looney Tunes que é perseguido pelo Coiote. O Coiote vem correndo atrás dele, aí quando o Papa-léguas chega na beirada de um precipício ele para abruptamente, deixando o Coiote passar direto e caindo no precipício. A tática é a mesma: deixe a pessoa formular seu argumento (especialmente esses sobre questões morais) e depois use esse mesmo argumento contra ela. Funciona especialmente nesses casos sobre tolerância e questões morais.

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Nas escrituras, tirar os sapatos tem um significado muito especial. Quando Moisés teve seu primeiro confronto com Deus, Ele disse para que ele tirasse seus sapatos porque ele estava em terra santa. Jesus caminhou descalço para o Calvário. Na cultura daquele tempo, estar descalço era o sinal que você era um escravo. Um escravo não tinha direitos. Jesus nos deu o exemplo supremo de renunciar tudo por um grande objetivo.
Loren Cunningham Making Jesus Lord / Marc 8:34,35

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