domingo, agosto 28, 2011

Simpatia pelo Diabo?



Hoje eu vi um vídeo que me deixou chateado. Uma igreja americana, em um determinado momento de seu culto, resolveu tocar Sympathy for the Devil, dos Rolling Stones. Se você não conhece a letra da música, clique no link em cima do nome para um vídeo no YouTube com a tradução. De uma forma resumida, a música é uma canção cantada pelo Diabo se apresentando sem usar seu próprio nome, mas sutilmente mostrando suas características.
Pareceu-me bastante inapropriado cantar uma música que tem o Diabo como protagonista, especialmente dentro de uma igreja, no momento do culto. E a igreja cantando junto (tudo bem que é igreja unitária universalista, não é de se surpreender, mas ainda assim...).
Eu gosto muito de rock, é um dos meus estilos favoritos. Mas tudo tem o seu lugar, tudo tem o seu tempo. Eu soube outro dia sobre uma outra igreja americana que iniciou o seu culto evangelístico (já temos um problema aqui) com Highway to Hell do AC/DC. E existem exemplos piores: pastores descendo pelo teto em um cabo vestido de Superman; pastor que entra no púlpito pilotando uma Harley Davidson; outro que se veste de samurai para enfatizar sua nova série de sermões “bíblicos” sobre o código dos samurais (tudo isso dentro de um dojo montado no púlpito). Apesar de ser mais comum nos Estados Unidos, esse é um mal que está chegando de uma forma mais leve aqui no Brasil.


O que tudo isso nos mostra? Simplesmente, para essas igrejas que precisam fazer essa pirotecnia dentro de seu templo, fica claro que esses pastores não acreditam que o Evangelho seja suficiente para atrair as pessoas. Algo a mais é necessário. As pessoas querem diversão. Cabe a igreja encantá-las. É o conceito “Ekklesia du Soleil”.
Esse jeito estranho de fazer igreja é um lado extremista da filosofia “seeker sensitive”(orientada ao consumidor), que invadiu as igrejas nos anos 90 e continua por aí até hoje. Essa filosofia muda o foco do culto. Nessa nova forma de fazer igreja, o foco do culto deixa de ser Deus e passa a ser o visitante. O mais importante é que aquele que nos visita se sinta bem. O culto, sua sequência, sua mensagem, suas músicas, toda a dinâmica que envolve a prática passa a ser planejada tendo o visitante em mente. Esse é um erro grave de eclesiologia.
A igreja é a assembleia, a reunião dos santos (2 Cor 1:1), que se reúnem de forma descente e com ordem (1 Cor 14:40), prestando seu culto racional a Deus (Rom 12:1). Ninguém nunca irá encontrar um único versículo bíblico que poderia dar qualquer apoio a essa ideia de culto planejado para o visitante. Essa ideia vem do departamento de marketing das igrejas, não do de teologia. Podemos agradecer a Bill Hybels e a Willow Creek Community Church por essa tendência perniciosa.
Engraçado que no início, a igreja não permitia que os não cristãos participassem de algumas partes do culto, como a celebração da Ceia do Senhor, que era exclusiva para os cristãos batizados. Algumas pessoas levavam muito tempo até serem aceitas nessa parte do culto. E nada disso impediu que a igreja crescesse. Algo para se levar em consideração.
Talvez a sua igreja não faça essas bobagens e infantilidades que alguns pastores estão fazendo. Mas ainda assim é bom ficar de olho na influência que a filosofia “seeker sensitive” pode ter na sua igreja. Como a sua igreja tem anunciado os seus cultos, especialmente os de jovens? Qual é o foco? É uma igreja ou uma rede de amigos? O maior atrativo é a diversão? Amizades? Pessoas legais e bonitas? Um bate papo informal com pessoas que fazem a diferença? “Bíblia” ou “bíblico” são palavras que entram apenas para mostrar que se trata de uma igreja? A influência dessa filosofia anti-bíblica é bem mais forte do que imaginamos. Ou gostaríamos.
O visitante deve se sentir bem vindo e ser bem recebido em nossas igrejas. Mas também precisa perceber algo importante: o principal homenageado em nosso culto, a pessoa (ou pessoas) para quem nosso culto foi programado é Deus. Ninguém mais.

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Nas escrituras, tirar os sapatos tem um significado muito especial. Quando Moisés teve seu primeiro confronto com Deus, Ele disse para que ele tirasse seus sapatos porque ele estava em terra santa. Jesus caminhou descalço para o Calvário. Na cultura daquele tempo, estar descalço era o sinal que você era um escravo. Um escravo não tinha direitos. Jesus nos deu o exemplo supremo de renunciar tudo por um grande objetivo.
Loren Cunningham Making Jesus Lord / Marc 8:34,35

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